Neste post, você confere um levantamento detalhado feito por nossa equipe, constatando que o tributo não acompanha o reajuste do salário mínimo. A defasagem é alta e o trabalhador pode perder até 10% do salário.
A tabela base de isenção do imposto de renda há anos não tem correção. Desde 2015, o valor de R$ 1.903,98 se mantém e traz efeitos negativos no bolso do trabalhador.
Nossas equipes fizeram um estudo para você entender o quanto isso prejudica sua renda, constatando que a perda pode chegar a 10% do salário.
Uma desvantagem até mesmo para quem tem aumento salarial, porque o valor recebido é menor, devido ao congelamento da tabela do imposto de renda. Hoje, estima-se que 10 milhões de brasileiros não paguem o tributo. Com a correção da tabela, esse volume poderia ser de 20 milhões de pessoas, segundo dados do Sindifisco Nacional.
A seguir, a gente explica em detalhes como funciona essa dinâmica.
Defasagem da Tabela do Imposto de Renda
A análise da equipe considerou os reajustes do salário mínimo, cálculos das alíquotas da contribuição da previdência social (INSS) e do imposto de renda pessoa física (IRPF), no período de abril de 2015 a fevereiro de 2020.
Uma das simulações foi de um trabalhador que recebia até 2,65 salários mínimos, o limite da isenção do imposto de renda, e manteve a quantia em 2020.
Na prática, funciona assim: desde 2015, a base de cálculo para o imposto de renda era de R$ 1.903,72. De lá para cá, esse valor não mudou. O mesmo não aconteceu com o salário mínimo, que teve reajustes que chegaram a 11,7%, em 2016.
Vamos considerar uma pessoa que recebia 2,65 salários mínimos (R$ 2.092,00), em 2015. Com o desconto da previdência social (INSS) de 9% e do IRF, de 7,50%, o salário era de R$ 1.903,72. Valor limite para não declarar o imposto de renda.
Com a tabela do imposto de renda congelada, e o salário mínimo sendo reajustado, em 2020, o cenário muda de figura.
Quem recebe até 2,65 salários mínimos (R$2.774,29) já está automaticamente acima da tabela base de isenção, mesmo considerando os descontos de INSS e IRF. E ainda tem desconto de R$ 46,55 na folha mensal do pagamento.
Veja abaixo:
Congelamento afeta até quem teve aumento de salário
Sabe aquela promoção que você tanto esperava e finalmente veio na carteira de trabalho? Pois é, o desconto na folha é inegavelmente proporcional.
Este impacto do desconto do IRPF fica ainda mais evidente quando o colaborador recebe uma promoção e é beneficiado com aumento, que pode chegar até 10% do valor da promoção concedida.
Veja um exemplo:
Um funcionário que recebia um salário de R$3.500,00 e tem aumento de R$2.000,00, vai embolsar R$4.418,24 líquidos, considerando os descontos do INSS (de R$605,00) e do imposto de renda (de R$476,77). No final, o aumento atribuído de 57,14% acaba sendo de R$47,15%, menor do que realmente parecia ser.
Deu para perceber o quanto a defasagem da tabela do imposto de renda afeta diretamente a renda do trabalhador?
Caso fosse corrigida, os valores descontos nas folhas de pagamento seriam menores, o assalariado teria maior poder de compra e muita gente deixaria de pagar o tributo.
Outras dúvidas sobre o assunto ou para ter acesso ao estudo completo, fale com a gente!